Cronologia
*Momento de transição entre a tradição literária, séc XIX, e sua ruptura radical que inaugura o modernismo, séc XX.
*Início: em meados de 1902 com a publicação de "Os Sertões", de Euclides da Cunha.
*Término: 1922 com a realização da Semana da Arte moderna.
Principais escritores e obras do Pré-Modernismo
*Poesia: -Augusto dos Anjos - "Eu" -1912
*Prosa: -Euclides da Cunha - "Os Sertões" - 1902
-Graça Aranha - "Canaã" - 1902
-Monteiro Lobato - "Urupês" - 1918
-Lima Barreto - "Triste Fim de Policarpo Quaresma" - 1915
Os pré-modernistas preocupavam-se em denunciar a realidade brasileira, apresentando um Barasil não-oficial, dos marginalizados, desde o sertão nordestino até os subúrbios cariocas, passando pelas áreas rurais do Estado de São Paulo.
Apesar do Pré-modernismo não constiutir uma escola literária, por apresentar individualidades muito fortes, com estilos às vezes antagônicos - como é o caso, por exemplo, de Euclides da Cunha e Lima Barreto -, percebem-se alguns pontos comuns às principais obras desse período.
*Denúncia da realidade brasileira, negando-se o Brasil literário herdado do Romantismo e do Parnasianismo.
*Regionalismos: Norte/Nordeste com Euclides da Cunha; vale do paraíba e interior paulista com Monteiro Lobato; Espírito Santo com Graça Aranha; Lima Barreto retratando os subúrbios cariocas.
*Tipos humanos marginalizados: nordestino, sertanejo, caipira, mulatos e funcionários públicos.
*Ligação com fatos políticos, econômicos e sociais: Lima Barreto - governo de Floriano e Revolta da Armada; Euclides da Cunha - "Os Sertões", um retrato da guerra de Canudos; Monteiro Lobato - passagem do café pelo Vale do Paraíba Paulista.
*Ruptura com o passado com caráter inovador em algumas obras.
Vanguardas Européias
Em meio as mudanças que ocorreram durante o séc XIX e que transformaram, em vários aspectos, a sociedade, surgiram movimentos artísticos que questionavam o passado e buscavam novos caminhos. Entre 1907 e 1910, obras e manifestos já anunciavam o que seria a modernidade artística. Surgiram, dessa forma, as vanguardas. (séc XX)
O Cubismo: A valorização do presente.
Na pintura, decompunha os objetos da realidade cotidiana em diferentes planos geométricos para sugerir a sua estrutura gobal, como se fossem vistos de diferentes ângulos. O espanhol Pablo Picasso e o francês Georges Braque podem ser considerados os iniciadores desse movimento.
A literatura cubista valoriza a proposta da vanguarda européia de aproximar ao máximo os vários movimentos artísticos (pintura, música, escultura, etc.), preocupando-se com a construção do texto e ressaltando a importância dos espaços em branco e em preto da folha de papel e da impressão tipográfica. Valorizava também:
subjetivismo;
ilogicidade;
o tempo presente;
a enumeração caótica;
humor;
a construção;
palavras em liberdade;
invenção de palavras;
substantivos soltos, jogados de forma anárquica;
verso livre, negação da estrofe, da rima e da harmonia;
negação dos verbos, adjetivos e pontuação.
O Futurismo: A valorização do futuro.
Movimento lançado pelo poeta italiano Marinetti, em 1909, que propunha a destruição do passado, a exaltação da vida moderna, o culto da máquina e da velocidade, pregando uma arte voltada para o futuro, agressiva e violenta, enaltecendo a guerra, o militarismo e o patriotismo. Preconizava-se também a destruição da sintaxe, com os substantivos dispostos ao acaso, a eliminção da pontuação e a abolição do adjetivo, do advérbio e das conjunções.
O Expressionismo:
O expressionismo moderno já se manifestava em obras de Edvard Munch (O Grito), Gauguin e Van Gogh, floresceu na Alemanha e teve seu melhor momento entre os anos de 1905 e 1920. Esses artistas já manifestavam expressões de medo, angústia, dor e ansiedade por meio do choque provocado pelas cores vibrantes, distorções e exagero de formas. As figuras humanas retratadas pelo expressionismo não tem traços bem definidos, pelo contrário, apresentam rostos e corpos distorcidos, assemelham-se a máscaras, a caricaturas. As cenas traziam aspectos que eram apelos às sensações do observador (que sente frio, calor, cheiros ouve barulhos, etc).
O Dadaísmo:
O movimento dadaísta foi iniciado pelo francês Jean Arp e o romeno Tristan Tzara, em Zurique, na Suíça. No momento, vivia-se a Primeira Guerra Mundial. Daí o caráter anárquico, anti-racional, antiburguês, antiimperialista, ilógico, absurdo e incoerente. Com isso, buscava-se uma antiare, irracional e anárquica. Daí o automatismo psíquico, as livres associações , a invenção de palavras, a exaltação da total liberdade de criação, o sarcasmo, a irreverência e a aproximação com o mundo dos loucos e das crianças.
O Surrealismo: A valorização do passado.
"Surrealismo s.m: Automatismo psíquico puro pelo qual se pretende exprimir, quer verbalmente, quer por escrito, quer por qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de qualquer controle exercido pela razão, fora de qualquer preocupação estética ou moral."
No período que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, surge, em grande parte derivado do Dadaísmo, o último dos grandes movimentos de vanguardas: o surrealismo. O primeiro manifesto aparece em 1924, assinado por André Breton, que havia participado das últimas rodas dadaístas.
Em Salvador Dalí, a influência de Freud é marcante. São temas recorrentes de suas obras: o sexo, a memória, o sono e o sonho.
Em resumo, o surrealismo tinha como características principais:
Busca da emancipação do homem fora do lógico, da razão, da família, da pátria, da moral e da religião.
Conferiam importância ao sonho e à exploração do inconsciente, praticando o automatismo psíquico e a experessão, libertada da censura e sem o controle da razão.
Aproveite e leia sobre o Pré Modernismo no Brasil
Exercícios
(Responda e envie a resposta para o e-mail da professora)
01. (FUVEST) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional:
a) escolar, agrícola e militar;
b) lingüístico, industrial, e militar;
c) cultural, agrícola e político;
d) lingüístico, político e militar;
e) cultura, industrial e político.
02. Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:
a) A intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante.
b) A adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão.
c) A expressão de aspectos ate então negligenciados da realidade brasileira.
d) A prática de um experimentalismo lingüístico radical.
e) O estilo conservador do antigo regionalismo romântico.
03. Augusto dos Anjos é autor de um único livro, Eu, editado pela primeira vez em 1912. Outras Poesias acrescentaram-se às edições posteriores. Considerando a produção literária desse poeta, pode-se dizer que:
a) Foi recebida sem restrições no meio literário de sua época, alcançando destaque na história das formas literárias brasileiras.
b) Revela uma militância político-ideológica que o coloca entre principais poetas brasileiros de veio socialista.
c) Foi elogiada poeticamente pela crítica de sua época, entretanto não representou um sucesso de público.
d) Traduz a sua subjetividade pessimista em reação ao homem e ao cosmos, por meio de um vocabulário em reação ao homem e ao cosmos, por meio de um vocabulário técnico-científico-poético.
e) Anuncia o Parnasianismo, em virtude das suas inovações técnico-científicas e de sua temática psicanalítica.
04. Assinale a associação incorreta:
a) Lobato – narrativa oral.
b) Lima Barreto – simplicidade, oposição ao preciosismo.
c) Graça Aranha – sincretismo entre Realismo, Simbolismo e Impressionismo.
d) Euclides da Cunha – “barroco cientifico”.
e) Coelho Neto – simplicidade, apontado pelos modernistas como exemplo.
05. Assinale a falsa, sobre Monteiro Lobato:
a) traz a paisagem do Vale do Paraíba paulista, denunciando a devastação da natureza pela pratica agrícola da queimada;
b) explora os aspectos visíveis do ser humano; seus contos têm quase sempre finais trágicos e deprimentes;
c) vale-se das tradições orais do caipira, personificado pelo Jeca Tatu, valendo-se do coloquialismo do “contador de casos”;
d) nos romance Urupês e Cidades Mortas aborda a decadência da agricultura no Vale do Paraíba, após o “ciclo” do café;
e) n.d.a.
Não esqueça de acessar a WEBQUEST de Literatura. Você pode acessá-la utilizando a PROCURA DE ATIVIDADES na página principal - http://www.webquestbrasil.org/criador/index.php. Ou se preferir, escrevendo diretamente a URL que aparece abaixo.
-
Nenhum comentário:
Postar um comentário