quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pré-Modernismo

Cronologia

*Momento de transição entre a tradição literária, séc XIX, e sua ruptura radical que inaugura o modernismo, séc XX.

*Início: em meados de 1902 com a publicação de "Os Sertões", de Euclides da Cunha.

*Término: 1922 com a realização da Semana da Arte moderna.

Principais escritores e obras do Pré-Modernismo

*Poesia: -Augusto dos Anjos - "Eu" -1912

*Prosa: -Euclides da Cunha - "Os Sertões" - 1902

-Graça Aranha - "Canaã" - 1902

-Monteiro Lobato - "Urupês" - 1918

-Lima Barreto - "Triste Fim de Policarpo Quaresma" - 1915

Os pré-modernistas preocupavam-se em denunciar a realidade brasileira, apresentando um Barasil não-oficial, dos marginalizados, desde o sertão nordestino até os subúrbios cariocas, passando pelas áreas rurais do Estado de São Paulo.

Apesar do Pré-modernismo não constiutir uma escola literária, por apresentar individualidades muito fortes, com estilos às vezes antagônicos - como é o caso, por exemplo, de Euclides da Cunha e Lima Barreto -, percebem-se alguns pontos comuns às principais obras desse período.

*Denúncia da realidade brasileira, negando-se o Brasil literário herdado do Romantismo e do Parnasianismo.

*Regionalismos: Norte/Nordeste com Euclides da Cunha; vale do paraíba e interior paulista com Monteiro Lobato; Espírito Santo com Graça Aranha; Lima Barreto retratando os subúrbios cariocas.

*Tipos humanos marginalizados: nordestino, sertanejo, caipira, mulatos e funcionários públicos.

*Ligação com fatos políticos, econômicos e sociais: Lima Barreto - governo de Floriano e Revolta da Armada; Euclides da Cunha - "Os Sertões", um retrato da guerra de Canudos; Monteiro Lobato - passagem do café pelo Vale do Paraíba Paulista.

*Ruptura com o passado com caráter inovador em algumas obras.

Vanguardas Européias

Em meio as mudanças que ocorreram durante o séc XIX e que transformaram, em vários aspectos, a sociedade, surgiram movimentos artísticos que questionavam o passado e buscavam novos caminhos. Entre 1907 e 1910, obras e manifestos já anunciavam o que seria a modernidade artística. Surgiram, dessa forma, as vanguardas. (séc XX)

O Cubismo: A valorização do presente.

Na pintura, decompunha os objetos da realidade cotidiana em diferentes planos geométricos para sugerir a sua estrutura gobal, como se fossem vistos de diferentes ângulos. O espanhol Pablo Picasso e o francês Georges Braque podem ser considerados os iniciadores desse movimento.

A literatura cubista valoriza a proposta da vanguarda européia de aproximar ao máximo os vários movimentos artísticos (pintura, música, escultura, etc.), preocupando-se com a construção do texto e ressaltando a importância dos espaços em branco e em preto da folha de papel e da impressão tipográfica. Valorizava também:

subjetivismo;

ilogicidade;

o tempo presente;

a enumeração caótica;

humor;

a construção;

palavras em liberdade;

invenção de palavras;

substantivos soltos, jogados de forma anárquica;

verso livre, negação da estrofe, da rima e da harmonia;

negação dos verbos, adjetivos e pontuação.

O Futurismo: A valorização do futuro.

Movimento lançado pelo poeta italiano Marinetti, em 1909, que propunha a destruição do passado, a exaltação da vida moderna, o culto da máquina e da velocidade, pregando uma arte voltada para o futuro, agressiva e violenta, enaltecendo a guerra, o militarismo e o patriotismo. Preconizava-se também a destruição da sintaxe, com os substantivos dispostos ao acaso, a eliminção da pontuação e a abolição do adjetivo, do advérbio e das conjunções.

O Expressionismo:

O expressionismo moderno já se manifestava em obras de Edvard Munch (O Grito), Gauguin e Van Gogh, floresceu na Alemanha e teve seu melhor momento entre os anos de 1905 e 1920. Esses artistas já manifestavam expressões de medo, angústia, dor e ansiedade por meio do choque provocado pelas cores vibrantes, distorções e exagero de formas. As figuras humanas retratadas pelo expressionismo não tem traços bem definidos, pelo contrário, apresentam rostos e corpos distorcidos, assemelham-se a máscaras, a caricaturas. As cenas traziam aspectos que eram apelos às sensações do observador (que sente frio, calor, cheiros ouve barulhos, etc).

O Dadaísmo:

O movimento dadaísta foi iniciado pelo francês Jean Arp e o romeno Tristan Tzara, em Zurique, na Suíça. No momento, vivia-se a Primeira Guerra Mundial. Daí o caráter anárquico, anti-racional, antiburguês, antiimperialista, ilógico, absurdo e incoerente. Com isso, buscava-se uma antiare, irracional e anárquica. Daí o automatismo psíquico, as livres associações , a invenção de palavras, a exaltação da total liberdade de criação, o sarcasmo, a irreverência e a aproximação com o mundo dos loucos e das crianças.

O Surrealismo: A valorização do passado.

"Surrealismo s.m: Automatismo psíquico puro pelo qual se pretende exprimir, quer verbalmente, quer por escrito, quer por qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de qualquer controle exercido pela razão, fora de qualquer preocupação estética ou moral."

No período que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, surge, em grande parte derivado do Dadaísmo, o último dos grandes movimentos de vanguardas: o surrealismo. O primeiro manifesto aparece em 1924, assinado por André Breton, que havia participado das últimas rodas dadaístas.

Em Salvador Dalí, a influência de Freud é marcante. São temas recorrentes de suas obras: o sexo, a memória, o sono e o sonho.

Em resumo, o surrealismo tinha como características principais:

Busca da emancipação do homem fora do lógico, da razão, da família, da pátria, da moral e da religião.

Conferiam importância ao sonho e à exploração do inconsciente, praticando o automatismo psíquico e a experessão, libertada da censura e sem o controle da razão.

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Exercícios
(Responda e envie a resposta para o e-mail da professora)


01. (FUVEST) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional:

a) escolar, agrícola e militar;

b) lingüístico, industrial, e militar;

c) cultural, agrícola e político;

d) lingüístico, político e militar;

e) cultura, industrial e político.

02. Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:

a) A intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante.

b) A adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão.

c) A expressão de aspectos ate então negligenciados da realidade brasileira.

d) A prática de um experimentalismo lingüístico radical.

e) O estilo conservador do antigo regionalismo romântico.

03. Augusto dos Anjos é autor de um único livro, Eu, editado pela primeira vez em 1912. Outras Poesias acrescentaram-se às edições posteriores. Considerando a produção literária desse poeta, pode-se dizer que:

a) Foi recebida sem restrições no meio literário de sua época, alcançando destaque na história das formas literárias brasileiras.

b) Revela uma militância político-ideológica que o coloca entre principais poetas brasileiros de veio socialista.

c) Foi elogiada poeticamente pela crítica de sua época, entretanto não representou um sucesso de público.

d) Traduz a sua subjetividade pessimista em reação ao homem e ao cosmos, por meio de um vocabulário em reação ao homem e ao cosmos, por meio de um vocabulário técnico-científico-poético.

e) Anuncia o Parnasianismo, em virtude das suas inovações técnico-científicas e de sua temática psicanalítica.

04. Assinale a associação incorreta:

a) Lobato – narrativa oral.

b) Lima Barreto – simplicidade, oposição ao preciosismo.

c) Graça Aranha – sincretismo entre Realismo, Simbolismo e Impressionismo.

d) Euclides da Cunha – “barroco cientifico”.

e) Coelho Neto – simplicidade, apontado pelos modernistas como exemplo.

05. Assinale a falsa, sobre Monteiro Lobato:

a) traz a paisagem do Vale do Paraíba paulista, denunciando a devastação da natureza pela pratica agrícola da queimada;

b) explora os aspectos visíveis do ser humano; seus contos têm quase sempre finais trágicos e deprimentes;

c) vale-se das tradições orais do caipira, personificado pelo Jeca Tatu, valendo-se do coloquialismo do “contador de casos”;

d) nos romance Urupês e Cidades Mortas aborda a decadência da agricultura no Vale do Paraíba, após o “ciclo” do café;

e) n.d.a.

 
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